quarta-feira, 9 de junho de 2010

Guerra

Estou no meio de uma guerra, mais perdido que cego em tiroteio. Na verdade mais perdido que um aleijado em tiroteio. Mais na verdade ainda, estou mais perdido que qualquer ditado possa expressar.
Essa guerra vai ter fim, e eu não gostarei desse fim, na verdade eu posso muito bem escolher quando será o fim, mas por medo decido por nada.

Estou cheio de verdades, não é? Mas esse é o ruim, as verdades. Você pode viver uma ilusão, e tudo ser belo e você ser famoso e a vida ser vivída. Mas a verdade te trai, pior que uma cascavél, pior que uma apunhalada nas costas dada friamente pelo seu melhor amigo, pior que qualquer coisa na vida, e muito provável também que na morte.
Eu sempre fui medroso, e não consigo encarar essa palavra, que bem grande e estampada na minha cara, me lembra a todo segundo que respiro que tenho que escolher algo de verdade, e tenho que sair do mundo imaginário onde sou tudo.

É, eu sou tudo, mas a minha cabeça está uma bagunça... É lá que ocorre a guerra, e os combatentes são vários, tão variados que não há como dizer quais são, pois tem alguns que nem sei de que lado estão. Venho sendo bombardeado por Baudelaire, Audoux, Fernando, mafiosos e pianistas que me enchem de palavras que, dizendo eles, me ajudarão a vencer a guerra. Mas também sou fuzilado por Tims Burtons, Woodys Allens, Tarantinos e tantos outros cabeças que não sei o nome, que me enchem de imagens e cenas inesquecíveis, e garantem à minha pessoa que esse pode ser o triunfo final que estou esperando para que essa guerra intermínavel cesse. Porém há também as lapeadas cruéis e sem piedade, cheias de redundâncias, de Jotas, Erres, Cês, e melodias tocadas pelos açoites ao acertarem em cheio meu crânio que parece viajar para outro lugar a cada nota emitida pela dolorosa zumbada que o terrível chicote musical emite, e é horrível pois sabem que nunca serei capaz de imitá-los e esse o porquê de tanto escárnio acompanhando essa dor alumbrante que sinto ao deparar-me com esse grupo, e a ironia logra do poder que exerce sobre mim para que eu saboreie ainda mais esse miraboalnte grupo.

O término precoce da vida aparece para mim não como solução, mas como refúgio, um meio de escapar dessa guerra para sempre. Mas apesar de medroso, nunca fui de fugir de minhas batalhas, então essa fuga passa longe de minhas possíveis soluções.

E fora de minha cabeça, nessa marmórea vida que se segue a cada dia, minha guerra infinda nada mais é que uma minúcia de adolescente, uma fase que todos passam. Mas porque então, para mim está sendo tão díficil trespassar por essa linha imaginária, que separa os pífios dos magnos ?

2 comentários:

  1. Amigo, que demais! Lendo isso lembrei de um recente filme do Quentin Tarantino que gosto demais: Bastardos Inglórios. E lembrei também que, infelizmente, todos nós vivemos nessa guerra. E, por incrível que pareça, você deve viver menos. Sexo, drogas e rock'n'roll para todos nós! HA HA HA

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